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Saúde do homem negro

Caroline Santos e Débora Bastos

Sim, cor da pele. Homens negros apresentam risco de 2 a 3 vezes maior que o restante da população masculina de desenvolver o câncer de próstata, bem como o dobro da probabilidade de morrer por conta da doença Além disso, a ocorrência desse tipo de câncer nos homens brancos acontece, em geral, a partir dos 50 anos ao passo que em negros se dá entre 5 e 10 anos mais cedo por volta dos 40 anos. “No Brasil, cerca de 60% dos casos de câncer na próstata são em pacientes da raça negra. São casos mais graves porque chegam na rede de forma tardia”, ressalta o médico urologista Osei Akuamoa Jr. É necessário estar a falar sobre os malefícios da hipersexualização do homem negro, “o negrão”, “garanhão”, “bem-dotado” e o medo da retirada de sua virilidade. Pois em uma sociedade que desumaniza este homem e a construção da sua autoestima masculina perpassa pelos centímetros de seu falo. Onde sua subjetividade e lugar social de “poder” e “virilidade” desse sujeito está ligada intrinsecamente ao seu pênis. É inimaginável descobrir algo errado com o órgão que lhe afirma e reafirma enquanto homem nessa estrutura. A possibilidade de uma doença o ceifaria objetiva e subjetivamente.

A masculinidade construída nesta sociedade machista e racista impede o autocuidado, como se o homem que se cuida fosse posto num lugar de fragilidade. Esse estigma do homem que tudo aguenta desde os tempos escravagistas nas senzalas, tendo seus corpos objetificados.


Homens negros ainda são fiscalizados sob o olhar racista em seus trabalhos, espaços de lazer e entre outros. O que o violenta emocionalmente a cada segundo e esses impactos causa danos em sua saúde física e mental desde outrora. Preto e pretes, cuidem-se! Busquem estratégias de cuidados com os nossos pares, a fim de, descontruírem o racismo internalizado que a branquitude causou em nossos corpos pretos.


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